PARTIDO DOS TRABALHADORES

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domingo, 6 de fevereiro de 2011

GIVÂNIA FALA DE SALGUEIRO

Hoje Cristiano me trouxe um exemplar da revista Vitrine Especial sobre Salgueiro. Uma edição luxuosa com diversos artigos sobre esta cidade acolhedora, sua religiosidade, festividades e desenvolvimento na passagem do aniversário de 175 anos.
Entre os artigos um me chamou atenção por ser escrito pela companheira Givânia que tanto contribuiu para o PT de Salgueiro. No texto ela faz uma verdadeira declaração de amor a Salgueiro que compartilho com vocês aqui no blog.
Grande abraço a companheira Givânia que já é leitora deste blog!

Boa leitura!

Cláudio Grassi

O Salgueiro que Sonhamos e Construímos

Nascida e criada na comunidade quilombola de Conceição das Criolas, a 46 km da cidade, em um sítio chamado Mulungu, que ao mesmo tempo é conhecido como “Pé de Serra”, esta sempre foi minha referência territorial, por ter sido lá que nasci e iniciei minha vida profissional: professora. Foi lá que desfrutei da convivência com meus pais e irmãos, seria difícil descrever o que foi esta vida. Menina pobre que estudou graças ao artesanato que minha mãe fazia (panelas, potes, pratos) de barro, porém, cercada de muito amor.
Por lá ingressei em várias lutas, juventude e comunidades eclesiais de bases – CEBs e que estas me levaram compreender que a luta não era local e sim regional, estadual, nacional e internacional. No seio desses movimentos aprendi que era preciso, antes de tudo, se inquietar, se indignar, repudiar atitudes, e foi o que muitos de nós, sobretudo, nós jovens fizemos. Nessa caminhada conheci muitas pessoas, com quem aprendi e que esses aprendizados somam-se no meu caminhar. Entendi que a luta partidária era necessária e importante e que, na verdade, o que estava em jogo era um projeto de sociedade e de mundo. E foi vivendo intensamente o Partido dos Trabalhadores, ao qual até hoje integro, e que me outorgou junto com os movimentos sociais, o cargo de vereadora por duas vezes, que contribuí de forma humilde no projeto de um Salgueiro melhor.
                Esses movimentos, tanto partidários como ligados a Igreja Católica, as associações e sindicatos refletiam, lutavam e sonhavam por uma cidade que desse aos seus filhos o orgulho de lhe pertencer. É verdade que tinham questões sérias e que mexiam com a cidade, mas foram enfrentadas com atitudes firmes e determinadas. Uma delas era a baixa estima da cidade provocada por uma associação a uma identidade, que por mais que tivesse verdades em alguns momentos, não nos orgulhava e doía. O que fazer? Ficar parados? Não. Fomos à luta, Salgueiro reagiu e nesses espaços (movimentos, partidos, sindicatos, associações, igreja) se encontrou a força necessária para tocar a luta que era tamanha. Mudar Salgueiro era necessário, mas o Brasil precisava mudar também. Aconteceu e se somaram por um Salgueiro de vida.
                Anos se passaram, pessoas surgiram, ressurgiram e no meio de tudo isso, conquistas foram alcançadas e todo andamento norteado por um sentimento coletivo: ver Salgueiro, o nosso Salgueiro, ser motivo de orgulho. Foi preciso muita luta, fé e determinação. Isso não faltou, nem à juventude da época, nem às organizações sociais, aos partidos (campo da esquerda) e, sobretudo, às pessoas que colocaram suas vidas a serviço desse projeto, renunciando a muitas coisas, mas no fundo, o que queríamos era: um Salgueiro motivo de orgulho.
                A missão está sendo cumprida e hoje Salgueiro é a encruzilhada do desenvolvimento. Salgueiro é lugar do avanço, da ciência, da tecnologia, do emprego, da Transposição das Águas do São Francisco, da Real Ferrovia Transnordestina. Salgueiro é a cidade do Museu do Couro, do IFET, da Policlínica, da melhor rede hoteleira do sertão, da educação. Salgueiro é sede de Diocese, das maiores bandas de forró do nordeste, do melhor São João e Carnaval da região, do Salgueiro Atlético Clube, o Carcará. Salgueiro foi a cidade governada três mandatos por uma mulher, professora da rede pública de ensino e catequista, e que fez toda a diferença. Salgueiro da comunicação. Salgueiro, sede do município onde fica localizada a comunidade de Conceição das Criolas, que antes mesmo de se tornar cidade as Criolas e Nossa Senhora da Conceição já faziam história por aqui.
                Quem vem a Salgueiro se encanta. Quem mora em Salgueiro vive e reconhece. Quem sai por alguns momentos, mas continua ligado como eu, vibra, se alegra e as vezes até chora ao ver e saber das boas notícias da cidade. Cada vez que vejo uma reportagem sobre Salgueiro nos jornais, sempre de forma positiva, digo para mim: eu também ajudei a construir essa história. Encho-me de orgulho e repito: Salgueiro é a melhor cidade do mundo. Talvez do mundo seja exagero, mas sem dúvida, lutamos e conseguimos transformá-la em uma cidade que orgulha seus filhos e filhas. Esse é meu orgulho, ser salgueirense!

Givânia Maria da Silva – Professora, mestranda e representante quilombola.

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